Dying Days
Seu browser está com uso de JavaScript desativado. Algumas opções de navegação neste site não irão funcionar por conta disso.

Discos do mês - Julho de 2013

Fabricio C. Boppré |
Discos do mês - Julho de 2013

Levando ao pé da letra a proposta desta série "Discos do mês", o texto de hoje tende a ficar um tanto repetitivo, visto que minha audições mais atentas e frequentes nessas quatro últimas semanas foram praticamente todas dedicadas a bandas já citadas nas últimas duas ou três edições. O que fazer? Refleti um pouco aqui e a opção que se afigurou mais simples seria a de não se dar ao trabalho e simplesmente deixar passar esse mês, economizando assim o tempo de todo mundo. Mas acabei optando por deixar aqui um relatozinho mesmo assim, para não perder o saudável hábito de escrever e também, quem sabe, roubar um pouco do tempo que os leitores deste site de outra forma passariam trabalhando ou navegando no Facebook, o que pode vir a ser sem dúvida alguma a realização mais elogiável de toda a minha vida.

A primeira coisa a ser dita é que, tendo chegado aqui a encomenda com a linda edição em vinil (triplo) do The Seer, voltei a ouvir obsessivamente este disco extraordinário. Não tenho muito o que acrescentar ao já dito antes; nenhuma revelação ou epifania nova, apenas o mesmo assombro, mas agora brotando a partir do discão negro girando fleumaticamente e da agulhinha sobre ele repousada e de cuja ponta ínfima insondavelmente flui para as caixas de som esse sublime turbilhão sonoro. O que deixa tudo ainda mais fascinante e intrigante, claro.

(Pra não repetir a capinha do The Seer aí em cima, coloquei sua contra-capa, que é até mais surpreendente do que a capa.)

Daí no mês retrasado teve aquele comentário sobre o Binaural, que finalizei com uma anotação para fazer em breve uma análise profunda sobre os discos menos legais do Pearl Jam. Era, evidentemente, uma brincadeira (não sou assim tão desprovido de coisas mais interessantes para fazer), mas não é que nos últimos dias eu fiquei com vontade mesmo de ouvir o disco azulzinho auto-intitulado? Botei pra tocar umas duas ou três vezes, para amadurecer finalmente uma opinião sobre ele, coisa que minha pouca afeição inicial pelo álbum sempre postergou. E o que eu concluí é que o CD entra naquela categoria meio enigmática e meio frustrante de discos cujas faixas (ou pelo menos uma maioria suficientemente representativa delas) são de fato apreciáveis --- um bom refrão aqui outro acolá, um riff bacana aqui uma melodia boa lá, e até em dois ou três casos uma música verdadeiramente boa (World Wide Suicide, Severed Hand) ---, mas que de algum modo esse conjunto de músicas, e acho que agora digo de modo definitivo, como álbum, não me comove, pois soa um tanto uniforme, invariável, sem uma graça que lhe confira alguma identidade singular ou pelo menos exclusiva. Digamos, finalmente, sem meias palavras: o esforço de ouvir o disco inteiro não compensa muito. De certa maneira, é o caso oposto ao Yield, que me atrai não pelas canções individualmente, mas pela unidade misticamente cativante.

Cito também o Pinback novo, Information Retrieved, que não chega aos pés do Blue Screen Life, e que por conta dessa comparação injusta já sai perdendo pontos, mas o disquinho, ao seu final, sempre convida humildemente para uma nova audição, e aos pouquinhos ele vai ganhando o ouvinte. Assim como o seu antecessor, o Autumn of the Seraphs, não é nada especial --- tem até uma música ali que sempre me dá uma vontade danada de pressionar o skip, o que eu sou absolutamente incapaz de fazer, por questão de princípios ---, mas é bacaninha, e mantém imaculada a discografia do Pinback, uma dessas bandas que dão vontade de recorrer ao velho e meio ridículo clichê do "se o mundo fosse um lugar justo, todo mundo escutaria o..." (ou era alguma coisa com "as rádios tocariam sempre...").

E pra terminar, interrompendo o clichê e mantendo assim minha reputação, troquei finalmente o From the Vaults, Vol. 1 do Kylesa pelo seu último álbum, o Ultraviolet. Antes tarde do que nunca! Discaço.

Comentários:

Não há nenhum comentário.

(Não é mais possível adicionar comentários neste post.)