Meus discos preferidos de 2013
Fabricio C. Boppré |Imagem principal:

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Kylesa: Ultraviolet
Black Coffins: III. Graveyard Incantation EP
Quando 2013 começou, eu estava ouvindo quase que exclusivamente metal. Sobre o Kylesa, escrevi alguma coisa aqui e aqui; sobre o Black Coffins, basta dizer que o disco que eu mais ouvi esse ano foi provavelmente este fantástico III. Graveyard Incantation. Infelizmente não dá de confirmar essa estatística lá no Last.fm porque o agrupamento por álbuns vai somando a quantidade de faixas de cada álbum, ao invés de contar uma unidade para cada audição de um álbum, de forma que lá o EP, que tem só quatro faixas, acaba aparecendo atrás de vários LPs... Mas tenho quase certeza que ele leva o título de mais tocado por aqui em 2013.
Bad Religion: True North
Nick Cave and the Bad Seeds: Push the Sky Away
Achei esse disco do Bad Religion o melhor lançamento da banda desde o Stranger Than Fiction, que é de 1994, ou seja, o melhor trabalho deles nos últimos 20 anos. Nessas duas décadas, tudo que a banda gravou me pareceu tão dispensável que eu sequer me animei a guardar em mp3 alguns dos álbuns... Mas este True North foi uma ótima surpresa. Já o Nick Cave junto dos seus Bad Seeds nunca erram, seus discos são sempre ótimos, mas esse Push the Sky Away é ainda melhor do que os últimos.
Melvins: Tres Cabrones
O Melvins lançou dois LPs esse ano, o Everybody Loves Sausages, só de covers, e agora em novembro este Tres Cabrones. Quando ouvi esse último, me dei conta de que ele é praticamente a reunião de vários EPzinhos que a banda soltou nos últimos tempos, e eu já tinha escutado todos e achado todos sensacionais, de modo que o LP é, por tabela, sensacional.
Russian Circles: Memorial
Eu já conhecia o Russian Circles, mas a banda não representava nada muito especial para mim, devo ter ouvido umas poucas vezes apenas um ou dois de seus discos anteriores... Mas esse último disco, Memorial, é realmente excepcional, plenamente merecedor de audições atentas, e me fará até, provavelmente, dar mais algumas chances aos anteriores. Lembro da primeira vez que eu o escutei: botei para tocar enquanto caminhava de volta para casa, voltando de um compromisso aqui por perto. Tinha-o em mp3 por causa de algumas resenhas altamente elogiosas que me deixaram curioso. Antes de chegar em casa eu tinha que passar no supermercado, e foi lá dentro, andando por entre as prateleiras abarrotadas de produtos enfiados de qualquer jeito para que o menor espaço possível abrigue a maior quantidade possível de amaciantes, bolachinhas e cervejas, foi lá dentro que eu reparei que estava ouvindo um negócio realmente muito bom, e o contraste --- na verdade, um abismo que foi se dilatando e aprofundando mais e mais --- entre a beleza do som que eu ouvia com o ambiente abominável destes supermercados entrou imediatamente para a minha enorme coleção de momentos singulares ocasionados por caminhadas pelas cidades com fones de ouvidos. E o disco, claro, entrou na lista de melhores do ano.
La Luz: It's Alive
O surf music feito pela banda só de meninas La Luz, que eu descobri no final do ano, é o responsável pelo meu disco preferido de 2013. Algumas semanas atrás elas sofreram um grave acidente automobilístico, tiveram grande prejuízo, mas saíram todas com vida, e já estão se reestabelecendo, retomando a turnê de divulgação deste seu primeiro LP, etc. Também pudera: elas nasceram para fazer essa música.
Sou obrigado a finalizar da mesma maneira que finalizei o post de prediletos de 2012: observando que tem uma porrada de disco lançado em 2013 que eu não ouvi ainda, discos de bandas que eu gosto muito e alguns com grande potencial para desbancar um ou outro da lista acima, quando eu finalmente escutá-los em 2014 ou 2015... Mas, tendo que fechar a listinha no fim do ano, os acima são os eleitos. Cito alguns dos não-escutados mais relevantes, de acordo com meus gostos e expectativas: os novos Altar of Plagues, Jesu, Pelican, Boards of Canada, No Age, Arcade Fire, Mount Eerie, Mogwai (a trilha-sonora), Lee Ranaldo, Superchunk, NIN, Yo La Tengo, Haxan Cloak e Trail of Dead (acabou de sair um EP, que pelo o que eu entendi, se compra aqui).
Comentários:
Alguns dos teus escolhidos batem com o que eu esperava, outros eu nem fazia ideia que tinhas escutado. Legal que grande parte deles não conta necessariamente com artistas novos, o que mostra nossa opção natural por ouvir discos novos de artistas nos quais confiamos do que se atirar pela infinidade de novas opções.
Minha list(inha) deve ficar pronta até esse final de semana. Falta um ou outro comentário. Um ótimo 2014 para vocês!(Não é mais possível adicionar comentários neste post.)