Dying Days
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Discos do mês - Outubro de 2024

Fabricio C. Boppré |
Discos do mês - Outubro de 2024

Crédito(s): Nebulosa do Morcego Cósmico, copiada daqui.

Há de ter sido um dia singular aquele em que, em um intervalo de poucas horas, escutei dois discos que acabaram imediatamente inscritos em minha lista de melhores do ano. Será um problema sério, nas próximas semanas, arrumar esta lista. Do nada nos aparece um novo disco do Thaw: escuto-o no exato momento da escrita deste texto e o desgraçado é bom demais, me forçará a desalojar algum outro da lista versão 0.1 que já tenho pronta. E pensar que não escutei ainda ao novo Blood Incantation; e pensar que o novo Tribulation chega nos próximos dias. Mas se tem algo que aprendi nestes últimos tempos é não me preocupar antecipadamente com os problemas do amanhã, afinal, o amanhã é uma hipótese e nada mais. Os dois discos mencionados no princípio são os do Chat Pile e o do Oranssi Pazuzu, Cool World e Muuntautuja respectivamente. Oranssi Pazuzu é paixão ardente aqui em casa e seu novo disco estava destinado a estar em minha lista de favoritos de 2024, porém tenho voltado mais frequentemente ao Chat Pile, que fornece trilha-sonora mais condizente com os dias atuais, se trilha-sonora condizente com os dias atuais é algo que se possa almejar. É aquela mesma sensação que os discos do Eyehategod me proporcionam: o som áspero de um mundo fraturado, fracassado, de ilusões irrecuperáveis, e, na melhor das hipóteses, uma forma de aprendermos a lidar com isso. O que o Oranssi Pazuzu nos oferece é o antídoto clássico: devaneio e escapismo. Cada álbum destes finlandeses é uma aventura nova e extraordinária e se parece, cada qual em seu tempo, com um ápice arduamente alcançado e impossível de ser superado. Apenas para ser superado no álbum seguinte. Um fenômeno. E foi de fato um mês intenso: teve ainda a grande surpresa do novo disco do Jerry Cantrell. Nenhum dos discos solo anteriores dele jamais me disse grande coisa, e nem os do Alice in Chains pós-Layne Staley, porém sempre que aparecem na praça eu tento escutá-los pois sinto que devo isto a ele, uma gratidão pelos disco clássicos do Alice in Chains, aos quais ainda hoje escuto e gosto demais. E Cantrell enfim correspondeu: I Want Blood é ótimo — provavelmente não ótimo a ponto de figurar no post "Meus discos favoritos de 2024", mas ótimo mesmo assim, uma amostra bem dosada do senso dramático que fez a fama do Alice in Chains somado à voz límpida e sempre em forma de Cantrell, somados a alguma maturidade, alguma circunspecção, tudo isso sintetizado nas faixas Afterglow e It Comes (esta última é difícil não ficar imaginando como ficaria linda na voz de Staley). Boa, Jerry! Mas, perdoe-me, se for para colocar um disco de rock noventista em minha lista dos melhores deste ano, talvez tenha que ser este. Veremos.

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