Dying Days
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Discos do mês - Julho de 2024

Fabricio C. Boppré |
Discos do mês - Julho de 2024

Crédito(s): Steve Roach em foto de autor desconhecido, copiada daqui.

A música que venho escutando continua praticamente a mesma desde o último post: Entombed, Carcass e Tribulation acompanhados de uma multidão de comparsas infernais: Morbid Angel, Cannibal Corpse, Suffocation, Hooded Menace, Celtic Frost, Kreator. A música extrema tem tornado viáveis os meus dias: ela silencia vozes que, deixasse eu que ressoassem alto e prestasse atenção a elas, sei não, sei não. Dia desses escutei em uma gravação ao vivo do Suffocation o cantor da banda dizendo para o público, no intervalo entre duas faixas, que amava a música brutal e que se não fosse por ela talvez ele já tivesse assassinado centenas de pessoas. Eu teria matado apenas uma... Bem, isso soa assustador e dramático e talvez eu esteja exagerando um pouco. Para demonstrar que continuo prevalecentemente humano e sociável, acrescento que há momentos em que meu cérebro solicita um descanso das vias auditivas e nessas ocasiões apelo para meu bom e velho amigo Steve Roach, sempre uma audição restauradora e benévola. A arte de Roach talvez seja a oposição perfeita ao que produzem as bandas mencionadas antes, não por conta do contraste entre "bonito" e "feio" ou "calmo" e "violento", mas sim por conta do "corpóreo" e do "incorpóreo", do consumadamente concreto e do vastamente etéreo. Bandas de metal proporcionam um prazer e um intoxicação física; os discos de Roach nos fazem abertura para o celestial. Ou, pelo menos, baixam a pressão. Se você não o fez ainda, rogo para que experimente. Outra banda a quem recorro com frequência é o Popol Vuh. Aí está uma banda muito intrigante. Eles eram alemães — mas de onde eles vieram mesmo? Porque ser alemão decerto não explica a música que faziam, tão fugidia e irrotulável. Aqui em meu reino musical ela funciona como uma espécie de coringa: em geral eu sei exatamente o que quero escutar, mas nas raras ocasiões em que não consigo capturar com precisão a forma da minha vontade, é ao Popol Vuh a quem recorro. Tantric Songs é um disco muito bonito ao qual escuto já faz bastante tempo, e deve significar alguma coisa o fato de ainda hoje eu nunca ter certeza se estou escrevendo corretamente o nome da banda. Para finalizar, como gosto de indicar nominalmente alguns dos álbums que mais escutei ao longo dos últimos dias, ao títulos de Roach e do Vuh acrescentarei minhas últimas aquisições do Kreator (acho que posso e devo dizer minha banda de metal favorita, se desconsiderarmos, claro, a suprema mãe de todas) e do Death (uma banda que é como filme de terror italiano: você talvez pense que não gosta, ou demore a gostar, mas uma vez que você se afeiçoa passa a ser difícil viver sem).

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